03 agosto 2010

Dário - Madonna "Paradise (Not For Me)"

Confesso que não me recordo lá muito bem quando conheci o Dário. Sei que me foi apresentado por um amigo meu.

Foi no aniversário do João (7 de Julho), porque começamos a dias depois, mas celebrámos o nosso primeiro aniversário juntos a 7 de julho de 2007. Estávamos em casa do João e estava a passar na televisão as 7 maravilhas do Mundo e de Portugal.

No mundo gay, um amigo, significa que já foi um ex-namorado, que já foi uma queca, bem ou mal dada (mas isso, agora não interessa nada).

O Dário era um miúdo lindissimo. Tinha uma expressão no olhar e com aqueles olhos azuis, não consegui tirar os olhos deles. Ele mostrou-se receptivo e nessa noite conversámos sobre tudo...

O Dário era filho único e vivia com o drama de o nome de família "acabar" com ele. Ele tinha cada nome de família mais sonante do que outro.

Ele tinha menos 10 anos do que eu, mas com um sentido de humor muito bom e com as ideias muito claras do que queria na vida. Muito prático e assertivo...

Ele afirmava aos "sete ventos" que tinha mau feitio e que : " Quem gosta, gosta. Quem não gostar, porta de saída é serventia da casa".

No ínicio, achei-lhe piada, à "luta" que ele dava. Havia muita empatia e química entre nós, até que um dia na cama, chegámos à conclusão que deveriamos dar uma oportunidade a nós os dois. Começamos a namorar e ainda durou perto de três anos(para alguns amigos em comum, foi tempo demais. Tenho uma paciência de JÓ).

Os primeiros meses, muitas mensagens de manhã à noite. Muitas horas ao telefone durante o dia e antes de deitar (Quem não se identifica?)...

O "mau feitio" do rapaz começou a manifestar-se aos poucos, o que era no início considerado, algo de estimulante, passou a ser algo enfadonho e depois veio a falta de paciência para certas "birras" do menino.

Houve uma vez que eu convidei-o para irmos fazer uma viagem ou um fim de semana, só os dois.

Dário: - Pensas que eu sou rico. E os meus pais? Desculpa mas não vai dar...

Um mês depois, o João convidou-nos para irmos fazer um fim de semana a Évora. O João tinha conhecido um rapaz que morava em Évora. LOL

Dário: - Francisco, eu vou. Se não quiseres ir, é um problema teu...

Cada um morava numa ponta da cidade. Como eu no início estava desempregado, era eu que ía ter sempre com o menino. Fazia 80 kms (aproximadamente) entre ir ter com ele e depois voltar para casa - " Quem corre por gosto, não cansa."

No aniversário de uma amiga minha(Bia). O Dário sempre disse que iria estar presente. Até que na noite anterior, quando fui beber café com ele. O Dário, respondeu-me com um ar super frio:

Francisco: - Amanhã, antes de irmos para casa da Bia, passamos no "Corte Inglés", para lhe comprar alguma coisa.

Dário: - Eu não vou, logo não participo em prenda alguma.

Francisco: - Desculpa! Ela está a contar contigo.

Dário: - Qual foi a parte que não percebeste, que eu disse que não ía?

No início, quando ía ter com ele, estávamos juntos cerca de uma a duas horas e com o passar dos meses, passou para meia-hora, 20 minutos e depois para o tempo de beber um café ao balcão...

Até que um dia: "Marca que não dá assistência, perde a perferência e abre espaço à concorrência."

2 comentários:

João Roque disse...

As experiências mostram sempre que as evidências acabam por sobressair, e contrariar muito dos primeiros interesses.

Francisco disse...

Obrigado pela tua visita.

É a paixão do início que nos deixa cegos...

Forte Abraço