20 julho 2010

"Ele não está assim tão interessado..."

Quando a minha amiga Maria, me sugeriu este livro "Ele não está assim tão interessado", pensei para comigo: - Mais um livro que fala de amores e de amores perdidos...

Um dia fui ao cinema ver o filme. Meu Deus, quantas situações em que eu me revi ali. Tão real, cada situação, parecia ali a minha vida com o Ruben. Ele não me tinha ligado todo o dia, porque tinha estado o dia todo em reuniões. Ele não me ia ligar amanhã porque era o dia de estar com a familia. Quando eu lhe ligava várias vezes ao dia, pensava que ele poderia estar num parque de estacionamento sem rede. Bolas e mais bolas, quantas desculpas nós arranjamos para não vermos o que está mesmo à nossa frente.

E por vezes o Universo, conspira a nosso favor para vermos exactamente o que nós não queremos ver. Preferimos ser iludidos com situações que não nos levam a lado nenhum.

No final, para chegar à conclusão que afinal ele não estava era interessado em mim. Sim, porque quando existe interesse, até sinais de fumo fazemos para mostrar o nosso interesse em querer continuar ali...


Em cada cena do filme, era como que um balde de água fria fosse deitado por cima de mim, para ver se eu acordava para a realidade. A verdade é que a água não vinha de nenhum balde, mas vinha dos olhos. Eu sentia-me como o principe dos olhos tristes.

Conhecem a história da Princesa dos olhos tristes?

A história é real e bem real. Esta história conta o amor entre o Rei (Reza Palehvi) da Pérsia (actual Irão) e Soraya Esfandiary.

Soraya foi a segunda mulher do xá Reza Pahlevi e que mais tarde foi repudiada por ele porque foi incapaz de lhe dar um herdeiro.

O casamento foi em 1951 e durou até 1958. Durante estes sete anos, o casal morou em Roma, na via Apia Antiga.

Mais tarde houve o drama do repúdio, a humilhação de ser apontada com o dedo, no mundo mulçumano. Mulher que não dê filhos, nada vale.

Na nossa sociedade, se aos quarenta não fores bem sucedido. Esquece ninguém te pega.
Não se perdoa uma falha no percurso e os divórcios estão aí nas estatisticas e as relações abertas no mundo gay são um sinal claro disso. As pessoas estão apenas juntas pelos bens materiais. Não me venham com a história de que o Amor acabou e que agora é a amizade e o companheirismo que importa.

Pois, pois...

Se estivermos a falar de pessoas que estão na casa dos 60/70 anos, ainda sou capaz de entender. Agora em relacionamentos de pessoas de vinte anos e que namoram seis meses e abrem a relação por estarem fartas de comer arroz com feijão.

Hello...Deixem-se de merdas...

Não me dei por satisfeito e tive que ir comprar o livro. Eu lia e voltava a ler o mesmo parágrafo não sei quantas vezes. Era como se o escritor estivesse a falar comigo e a dizer: - Francisco, o Ruben não está interessado em ti... Wake up...Hello

Depois de cada capitulo, claro que só pensava no Ruben. Mas, também ia me revendo nos meus relacionamentos anteriores e onde é que começou a falhar cada relação.

Depois, dei por mim a pensar nos rapazes mais importantes para mim ao longo destes anos todos e no final apenas uma dúzia, a dúzia e meia é que se aproveitava.

Quando terminei o livro, pensei para comigo:

- Francisco! Quem quiser estar ao meu lado, que lute...

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